Foto: FPA
Por Inês Caetano*
Nunca quis ser igual a um homem nem que me vissem como tal. E também nunca acreditei que um direito por algo que não acredito existir pudesse ser considerado uma luta, sobretudo com um apelo que considero totalmente utópico. Diria que falar em igualdade é um dispêndio energético e que poderíamos canalizar toda essa energia para outro tipo de iniciativas, como por exemplo, apelar ao respeito pelas diferenças. Luta e respeito são conceitos distintos e eu prefiro apelar ao respeito do que à luta.
Depois, as mulheres e os homens nunca serão iguais, mais não seja pelas diferenças físicas e fisiológicas que nos separam. O Desporto é uma das formas onde melhor percebemos isso e onde, no campo desportivo, somos ensinados a respeitar essa diferença.
Para mim, o mais importante é que, todos, consigamos aceitar e respeitar as diferenças entre homens e mulheres, partindo do princípio que efectivamente não seremos iguais. Até porque entre mulheres não o somos também. A individualidade é um direito que deve ser preservado para que todos possamos ser quem quisermos.
Mas ainda precisamos do Dia Internacional da Mulher para nos fazer recordar sobre a importância da equidade entre todos. E é nisso que acredito: equidade. Diferente de igualdade. E é isso que devíamos transmitir às crianças, meninos e meninas. Porque nem todas as meninas precisam querer ser princesas e nem todas as meninas que “jogam à bola” têm de ser “maria rapaz”.
E a verdade é que todos temos uma mulher que nos marcou. A mãe, irmã, avó, tia. Uma professora, uma amiga, uma atleta, uma treinadora. Que este Dia da Mulher sirva de reflexão ao que somos e queremos ser. Que nos faça pensar na mensagem que estamos a deixar às crianças e jovens no que concerne ao respeito pelo próximo e aos padrões que continuamos a querer impor na sociedade. Sou orgulhosamente mulher, sem pretensões de ser perfeita mas menos ainda de ser igual a outra mulher ou a um homem porque gosto de ser eu, como sou.
Feliz Dia Internacional da Mulher a todos as mulheres e também a todos os homens que têm, certamente, (pelo menos) uma mulher que os marcou para a vida.
*Inês Caetano, ex-atleta de pentatlo moderno, esteve muitos anos ligada à formação e treino personalizado e gestão desportiva. É fundadora da Sports Embassy, que se dedica à gestão da interação de ex-atletas com o universo empresarial.
Inês Caetano, ex-atleta de pentatlo moderno, é a fundadora da Sports Embassy. Foto: Sports Embassy