Na n.º2 da SportMagazine pode contar com uma peça sobre a formação de treinadores. Contudo, aqui pode ter acesso à entrevista exclusiva feita a cada interveniente. A formação de treinadores é, em Portugal, algo bastante recorrente que tem vindo a sofrer bastantes evoluções ao longo do tempo. Desde a implementação de cursos, e muitas outras ações. Fique com a opinião do entrevistado.
SM – Qual é a sua opinião em relação à formação de treinadores?
Pedro Dias (PD) – Neste momento temos um enquadramento nacional que é imposto por lei, a formação de treinadores através do planeamento geral de formação de treinadores, e temos o enquadramento internacional ao abrigo de uma convenção de treinadores que a Federação assinou com a UEFA. Por isso é dentro disto que temos de compatibilizar a oferta formativa dos treinadores de futsal em Portugal. É dentro deste enquadramento que nós estamos. A FPF organiza os cursos através do IPDJ, nós temos a formação com três etapas: a formação geral, a formação específica e depois um estágio nos graus 1 e 2 e temos em simultâneo aquilo que é uma oferta formativa internacional que é proporcionada na obtenção de licenças UEFA para treino de futsal. Temos tido uma procura muito interessante, organizado centenas decursos grau I e grau II, que estão descentralizados de diversas regiões do país. Temos feito em média entre 25 a 30 cursos por ano e temos sensivelmente 2500 treinadores habilitados por TPTD, registados no IPDJ e desde 2015, os treinadores obtêm, em simultâneo, para além do TPTD, que é obtido pelo IPDJ, um diploma UEFA que lhes garante a circulação depois a níveis internacionais.
SM – Tendo em conta esse modo de formação de treinadores, acha que é necessário reforçar essa formação?
PD – Há sempre coisas a melhoras em todas as áreas e na formação de treinadores também. Nós temos tentado, junto do Estado, melhorar aquilo que foi a implementação deste novo modelo que regula a formação dos treinadores em Portugal, que teve uma alteração em 2019. Demos os contributos. Obviamente que, tivemos a pandemia, tivemos 2 anos com um modelo diferente de formação de treinador. Mas naturalmente que ter cada vez mais técnicos qualificados é o objetivo, para que nos ajudem a levar e a qualificar o processo, não só de treinadores, mas também do ensino e da prática.
SM – Apesar de não exercer o papel de treinador há uns anos, fizemos um questionário rápido a alguns treinadores e levantaram fragilidades no seu percurso como: falta de tempo, pouco reconhecimento e uma falha no enquadramento no que toca ao equipamento e materiais, gostaríamos de saber a sua opinião. Concorda? Como pode ser resolvido?
PD – Acho que neste momento, a gestão do tempo é uma questão que se coloca em todos os setores de atividade. Todas as áreas têm tido algumas dificuldades na gestão do tempo. Nós temos cada vez mais conteúdo e informação, por isso a questão do tempo não é algo exclusivo do treinador.
Temos feito algumas publicações nas etapas de formação do jovem praticante de futsal, todas elas coordenadas e lideradas por Jorge Braz e elaboradas pela equipa técnica nacional de futsal.